sexta-feira, 17 de outubro de 2008

tudo

Aquela chave era pra abrir
Que portas?
Que lugares?
Procurava cega alguma coisa que não existia.
Com a chave nas mãos e a cabeça nas nuvens.
Era pra olhar de frente, mas a frente...
Tava muito longe dos meus pés.
O frio da barriga gelava o verão tão esperado.

As palavras jorram, inundam a minha alma.
Elas vêm aos montes,
Fazendo festa no meu estômago,
Acompanham cada passo, cada gesto.
Era preciso aceitá-las
Como companhia eterna de noites acordadas
Era preciso comê-las, lambuzar a boca de palavras doces,
Amargas.
Aquela chave abriria pequinina fechadura
Que nunca mais seria igual.

DUelos

Às vezes a simplicidade não me basta.
Daí eu quero subir em montanhas, nadar no rio,
Correr sem parar, cansar o corpo, esgotar a cabeça.
A simplicidade me pega pela mão,
mas ela não me espera e nem eu.
A gente se faz de conta.
Ela visita meus sonhos, mas vem desmentida
Vem cheia de cores, símbolos.
E nunca é o que pensa ser.
Nesse duelo entre saber e morrer
Sempre resulta alguma coisa
Que não cabe em poesia, nem em sonhos e nem em árvores.
Não encontro as palavras porque de tão simples.
Não consigo tocá-las.