Aquela chave era pra abrir
Que portas?
Que lugares?
Procurava cega alguma coisa que não existia.
Com a chave nas mãos e a cabeça nas nuvens.
Era pra olhar de frente, mas a frente...
Tava muito longe dos meus pés.
O frio da barriga gelava o verão tão esperado.
As palavras jorram, inundam a minha alma.
Elas vêm aos montes,
Fazendo festa no meu estômago,
Acompanham cada passo, cada gesto.
Era preciso aceitá-las
Como companhia eterna de noites acordadas
Era preciso comê-las, lambuzar a boca de palavras doces,
Amargas.
Aquela chave abriria pequinina fechadura
Que nunca mais seria igual.