Minha casa contém fitas de cetim que servem para filtrar. Enquanto balançam suavemente no meio do caminho, passam por elas o sim e o não. As coisas todas têm uma função, não em si, mas com relação ao todo. Há ainda espaços vazios, objetos guardados. O tempo, porém, sabiamente pede para que se façam presentes somente em seus devidos momentos presentes.
Sinto a dor desses espaços vazios, às vezes sinto-a em forma de lágrimas insistentes em que mergulho minha face. Faço parte da casa e carrego o que está nela. A lua lá fora vai vigiando tudo e, alguma vez, empresta sua claridade para alumiar.
Está prestes a se tornar um sol, a se deparar com aquilo que tentou dividir e não pôde.
3 comentários:
gosto muito...
gosto muito...
edgar
O tempo, porém, sabiamente pede para que se façam presentes somente em seus devidos momentos presentes.
incrivel isso li...
vc resumiu lindamente coisas extremamentes completas de entender e sentir...
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