segunda-feira, 18 de junho de 2007

Do nada

Começo a enfeitar minha casa. Aquela que não possuo. Construa-a aos poucos que é pra não errar o caminho. Em alguns lugares planto flores que talvez não se abram nenhuma. Moro onde habita meu corpo, onde estão os meus pés. Enquanto escrevo, transformo o vácuo em beleza de ser dita.
Começo a enfeitar minha casa e a ressucitar do meio da vida. O brilho do sol é de uma pureza fresca qual seu calor. As pessoas que moram debaixo dele não têm de descobrir e nem conhecer, têm de nascer. Nascer para a grama, para o pouco que nos resta de natureza fora dos quadros. E o que não deve se acabar nunca é mesmo essa vontade de ter uma dia aquilo que nos salvará do tédio de não ter. Um amor, um filho, uma casa ou até mesmo um desamor.

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